jul 4, 2012
João Dado critica texto genérico de Valadares ao rejeitar emendas que garantiam reajustes
Autor de emenda que garantia uma autonomia aos Poderes para a concessão dos reajustes, que custaria R$ 10 bilhões, o deputado João Dado (PDT-SP) criticou a saída escolhido pelo relador da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2013, senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE).
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– Aquilo que está na LDO e nada é a mesma coisa. Já disse aos servidores do Judiciário que o que está escrito no artigo 74-A não diz nada, porque não havia necessidade de colocar isso na LDO. A atual LDO não proíbe (incluir os recursos), então, ela permite. O relator choveu no molhado – disse João Dado, prometendo lutar por sua emenda na votação.
Valadares escolheu um texto político, ajudando a pressionar pela negociação entre os Poderes. O texto deixa explícito na LDO – pela primeira vez – que fica autorizado incluir recursos no Orçamento da União para bancar os reajustes. Na prática, o texto tem pouco efeito, já que hoje, como não há proibição na LDO, governo e Congresso já podem incluir recursos no Orçamento.
No ano passado, a presidente Dilma Rousseff rejeitou pedido do Judiciário e não incluiu no Orçamento a previsão dos reajustes. O Judiciário se mobilizou para incluí-los no Orçamento no Congresso, que precisa votar a peça orçamentária. Mas o relator do Orçamento de 2012, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), rejeitou os pedidos e manteve a decisão de Dilma.
Agora, o Judiciário briga para incluir no Orçamento de 2013 a previsão dos reajustes.
O relator Valadares disse que essa emenda é importante porque cria as etapas para as negociações.
– É uma criação de três fases. A autorização na LDO, a elaboração do Orçamento da União e os projetos de leis específicos sobre os reajustes – disse Valadares, para quem é importante deixar claro na LDO que o Legislativo também pode incluir as verbas, não somente o Executivo.
Alguns técnicos consideram que Valadares, ao explicitar a autorização, ajuda o discurso do Judiciário de que tem direito a seus reajuste e a de incluí-los no Orçamento. Será no Orçamento a briga pela inclusão dos reajustes, como aconteceu ano passado, quando Dilma não colocou e Chinaglia barrou no Congresso.
Fonte: O Globo