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26 Abr. 2025

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Ao anunciar revisão da meta fiscal, governo apresenta pacote de medidas contra servidores

Ao anunciar revisão da meta fiscal, governo apresenta pacote de medidas contra servidores

ago 16, 2017

Após uma semana de divergências em relação aos cálculos entre as equipes econômica e política, o governo federal anunciou no final da tarde desta terça-feira (15/08) o aumento do chamado déficit fiscal de 2017 e 2018 para R$ 159 bilhões: R$ 20 bilhões a mais neste ano e R$ 30 bilhões a mais no ano que vem. Segundo os números divulgados, o presidente Michel Temer terminará o seu mandato entregando um rombo acumulado de R$ 477,5 bilhões em três anos (o correspondente a 7,6% de todas as riquezas produzidas pelo Brasil em 2016).

Conforme o Sindjus-DF já alertou em matéria divulgada ontem, para atingir essa nova meta de 2018 as mudanças também inclui um pacote de medidas que atinge diretamente o funcionalismo público federal, com a elevação da contribuição previdenciária, o adiamento por um ano dos reajustes salariais já negociados com algumas categorias e a reestruturação de carreiras do Executivo. Neste ponto, o Planalto disse que vai criar um limite de R$ 5 mil e uma progressão na carreira com 30 degraus para os cargos de nível superior dos servidores do Executivo que entrarem a partir de agora.

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Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Além disso, conforme as medidas anunciadas, também haverá redução de gastos com o benefício da ajuda de custo, que será limitada a uma única remuneração. Atualmente, o auxílio é pago para servidores que são transferidos de cidade e hoje pode chegar a três salários.

Em relação à contribuição previdenciária, haverá um aumento da alíquota, que passará de forma progressiva dos atuais 11% para 14% sobre os salários que superarem R$ 5.531,31.

Outra medida de corte será o fechamento de 60 mil cargos que estão desocupados.

As propostas precisam ser apreciadas pelo Congresso Nacional, em forma de projeto de lei, mas, de acordo com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a expectativa do governo é que sejam votadas ainda este ano.

Ao anunciar as medidas, o governo mantém a lógica de transferir para os trabalhadores uma dívida que não é deles. Esconde da população que outros gastos continuarão, como a liberação de emendas parlamentares, tanto para livrar Michel Temer das investigações da Operação Lava Jato quanto para garantir votos para aprovar a reforma da Previdência.

Além disso, grandes empresas continuam sonegando impostos para a Receita Federal, cujo prejuízo não é computado pelo governo para explicar o falacioso déficit previdenciário. E os pagamentos referentes à dívida pública consomem mais recursos do que as despesas com pessoal e pegam quase 50% do orçamento da União.

Reação
Embora as medidas sejam voltadas para os servidores do Executivo, o Sindjus-DF alerta que a categoria deve ficar atenta e mobilizada, uma vez que há o risco de o governo querer estendê-las para o Judiciário e o Legislativo.

Para o coordenador-geral Costa Neto, as medidas anunciadas são preocupantes, pois se somam à outra prioridade do governo, que é a reforma da Previdência, em tramitação na Câmara dos Deputados. De acordo com ele, o pacote reforça a lógica de que os servidores é que devem pagar pelo ajuste fiscal, embora o governo continue desviando recursos para outras áreas.

O dirigente também destaca que os servidores do Judiciário e do MPU devem se juntar às demais categorias do funcionalismo para reagir aos desmandos de Michel Temer e sua base aliada. Para isso, ele ressalta a reunião ampliada do Fórum Nacional de Entidades dos Servidores Federais (Fonasefe), realizada nos dias 4, 5 e 6 de agosto, que aprovou uma série de mobilizações para os próximos dias. Além de atos nos estados, as categorias avaliam a possibilidade de uma paralisação em setembro.

O sindicato estará em todas as lutas e, desde já, convoca os servidores do Judiciário Federal e do MPU para participar, com o objetivo de tentar impedir o aprofundamento do ajuste fiscal feito pelo governo.

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