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27 Abr. 2025

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Reforma Administrativa deve ficar para 2021, mas nossa luta precisa ser fortalecida agora

Reforma Administrativa deve ficar para 2021, mas nossa luta precisa ser fortalecida agora

dez 2, 2020

Segundo reportagem divulgada pelo Uol nesta quarta-feira (2/12), uma briga política no Congresso Nacional está travando as reformas enviadas pelo governo. Uma batalha de forças entre o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que luta pela possibilidade de disputar novamente a presidência, e de Arthur Lira (PP-AL), líder do Centrão, tem impedido a tramitação das propostas.

Portanto, ganha mais força a expectativa de que a Reforma Administrativa só venha a ser analisada a partir de fevereiro, depois das eleições internas do Legislativo. O próprio líder da frente parlamentar pró-reforma, deputado Tiago Mitraud (Novo-MG) afirmou não enxergar uma articulação contundente da base do governo para que a reforma avance neste ano.

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“Embora esse cenário dê fôlego à nossa luta, não podemos ficar de braços cruzados. Necessitamos continuar em campo atuando firmemente para barrar a Reforma Administrativa e outras ameaças aos serviços e servidores públicos, tais como Pacto Federativo e PEC Emergencial. Devemos encarar essa notícia como uma oportunidade de fortalecer a nossa atuação contra esses ataques. Ganhamos mais tempo para intensificar nossas campanhas, angariar apoios, conscientizar a sociedade”, afirmou Costa Neto, coordenador-geral do Sindjus-DF.

Confira abaixo notícia do Uol na íntegra:

Brigas travam reformas, e governo considera que o que vier é lucro em 2020

Brigas políticas tanto no Congresso como dentro do governo federal, além da falta de empenho pessoal do presidente Jair Bolsonaro, travam reformas e medidas de ajuste econômico no Legislativo. Na avaliação de congressistas e integrantes do governo ouvidos pelo UOL, o que for aprovado até o final do mês é lucro para o Planalto e a equipe econômica. À espera de análise e votação estão a reforma tributária e a reforma administrativa, além da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) Emergencial, por exemplo.

O governo tem como prioridade ainda uma proposta sobre negociação de dívidas de estados e municípios com a União, o uso de R$ 177 bilhões de fundos públicos para combater a pandemia e o substituto do programa habitacional Minha Casa Minha Vida. Nenhum item foi aprovado por completo no Congresso até o momento.
Entre os parlamentares, a análise é que a articulação para a aprovação dessas pautas agora está entre os “profissionais da política”. Isso porque há interesses opostos em jogo dentro da Câmara visando as eleições para a Presidência e a Mesa Diretora da Casa, marcadas para fevereiro de 2021.

Governistas alegam que já indicaram as pautas prioritárias e estão dispostos a votá-las, mas o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), estaria segurando a pauta. Aliados de Maia, porém, afirmam que é o líder do centrão, Arthur Lira (PP-AL), que busca frear votações e enfraquecer Maia de olho na cadeira de presidente da Câmara.

Segundo eles, Lira não quer permitir que o rival se cacife como “o pai das reformas” e emplaque o próprio sucessor. A percepção de parte dos parlamentares é que o governo também quer, em público, jogar a responsabilidade pelo eventual fracasso das pautas econômicas no colo do Congresso numa tentativa de não se comprometer politicamente. Há pontos impopulares nos textos.

Ambos os grupos reconhecem que o ano legislativo está no final e não será possível aprovar projetos que contemplem a todos. Portanto, há quem defenda que Maia paute as propostas e estas sejam decididas voto a voto. Dessa forma, as votações seriam até uma espécie de teste para observar quem se articula melhor e consegue aprovar mais pautas, ganhando musculatura para disputar a Presidência da Câmara.

Proposta de reforma tributária incompleta

Nas últimas semanas do ano, aliados de Maia dizem tentar emplacar a reforma tributária. O ministro da Economia, Paulo Guedes, prometeu há mais de um ano enviar ao Congresso quatro partes da proposta. Em julho, enviou a primeira. Desde então, os deputados pedem as outras etapas.

Além do texto de Guedes, os parlamentares esperam pelo relatório de Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), prometido para setembro e não entregue. Há expectativa de que Aguinaldo apresente o relatório ainda em dezembro.

Em entrevista ao UOL, nesta semana, Maia cobrou o governo por mais empenho e definições claras perante as pautas econômicas. Quanto à reforma tributária, disse conseguir votos suficientes para aprovar a reforma sem a ajuda do governo federal.

Oposição
Líder da maior bancada da Câmara, Enio Verri (PT-PR) afirma que os 54 deputados petistas apoiam a discussão do projeto tributário desde que contemple temas como tributação progressiva, grandes fortunas e o imposto sobre heranças.

Apesar de ser de interesse do governo, o tema é sensível em diferentes ministérios da Esplanada. Ao comentar a eventual flexibilização do texto para contemplar a esquerda, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, disse que o governo não apoiará uma reforma “socialista”.

Reforma administrativa: só ano que vem
A reforma administrativa foi entregue pelo governo ao Congresso em setembro e, desde então, pouco andou. Líder da frente parlamentar sobre o tema, deputado Tiago Mitraud (Novo-MG) diz não ver uma articulação contundente da base do governo para que a reforma avance neste ano nem tem expectativa que Bolsonaro se envolva nas articulações.

A previsão é que a reforma administrativa só comece a ser analisada na Câmara a partir de fevereiro, após as eleições internas do Legislativo. A partir de então, Mitraud estima serem necessários pelo menos mais três meses para que possa ser aprovada na Casa.

Disputas políticas, eleições e falta de empenho
Na avaliação dos parlamentares ouvidos pelo UOL, vários fatores emperram o andamento das reformas econômicas e medidas de ajuste fiscal neste final de ano. O primeiro é a briga relacionada às eleições internas da Câmara de fevereiro de 2021.

Outro fator é que a pandemia de coronavírus fez com que as atividades presenciais e deliberativas da maioria das comissões fossem suspensas desde março. Dessa maneira, os debates minguaram e negociações não fluíram. Há pedidos para que algumas comissões voltem a funcionar. No entanto, não há consenso e qualquer tentativa é travada.

O tempo dos políticos dedicado às eleições municipais também fez com que o Congresso perdesse ao menos um mês de discussões e votações neste segundo semestre. Fora os parlamentares que se lançaram candidatos, os demais se dedicaram a fazer campanha para aliados nas bases eleitorais.

A avaliação de parlamentares, inclusive governistas, é que houve ainda falta de empenho pessoal do presidente Bolsonaro (sem partido) para fazer as reformas andarem. Segundo relatos à reportagem, o presidente até pediu que os parlamentares do centrão toquem as propostas econômicas nessas últimas semanas, mas a movimentação é tida como tardia e insuficiente.

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