Na pr\u00f3xima quinta-feira (14\/10), em sess\u00e3o marcada para as 10h, o TRF4 pode julgar quest\u00e3o relacionada a desvio de fun\u00e7\u00e3o dos t\u00e9cnicos judici\u00e1rios e compet\u00eancia para aprecia\u00e7\u00e3o da mat\u00e9ria. Isso porque a A\u00e7\u00e3o Rescis\u00f3ria n\u00ba 5026077-74.2021.4.04.0000\/RS, de autoria do t\u00e9cnico judici\u00e1rio Nilton Verlindo, que integra os quadros do PJU no Rio Grande do Sul.<\/p>\n
Segundo Nilton Verlindo, atualmente, o requisito legal para ingresso no cargo de t\u00e9cnico judici\u00e1rio \u00e9 o n\u00edvel m\u00e9dio de escolaridade, mas no concurso j\u00e1 cobram conhecimento de n\u00edvel superior, como quest\u00f5es de Direito Processual, Direito Administrativo… E ap\u00f3s passar no concurso e ser nomeado, o t\u00e9cnico judici\u00e1rio desempenha atividades de alta complexidade, tidas como de n\u00edvel superior. Ent\u00e3o, na medida em que voc\u00ea faz parte de um cargo de n\u00edvel m\u00e9dio e desempenha atividades de n\u00edvel superior isso \u00e9 considerado desvio de fun\u00e7\u00e3o, o que \u00e9 uma realidade comum nas varas e tribunais.<\/p>\n
\u201cSe em todas as varas e gabinetes existe esse desvio de fun\u00e7\u00e3o, deveria ser observado o artigo 102, I, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, que determina a compet\u00eancia origin\u00e1ria do STF pra julgar a\u00e7\u00f5es em que, comprovadamente h\u00e1 interesse de todos os magistrados e mais da metade dos membros do tribunal de origem sejam direta ou indiretamente interessados. No entanto, os desembargadores do TRF4 decidiram que eu poderia desempenhar atividades de alta complexidade (n\u00edvel superior) e n\u00e3o se declararam impedidos pelo artigo supracitado da Constitui\u00e7\u00e3o. Agora, essa a\u00e7\u00e3o rescis\u00f3ria tem por objetivo definir quem tem compet\u00eancia pra julgar a\u00e7\u00f5es de desvio de fun\u00e7\u00e3o. Se for julgada procedente, todas as a\u00e7\u00f5es dessa natureza dever\u00e3o parar no STF\u201d, explicou o autor da a\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
Importante ressaltar que, segundo parecer do pr\u00f3prio TRF4 (Parecer T\u00e9cnico n\u00ba 01\/2016\/Secretaria de Gest\u00e3o de Pessoas \u2013 SGEP\/TRF4) n\u00e3o na maioria dos gabinetes do TRF4, mas em todos, h\u00e1 t\u00e9cnicos judici\u00e1rios executando atividades que exigem conhecimento de n\u00edvel superior, em desvio de fun\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
Para Nilton Verlindo essa a\u00e7\u00e3o favorece a luta pelo NS, trazendo \u00e0 tona o debate sobre o desvio de fun\u00e7\u00e3o e a import\u00e2ncia de mudar isso atrav\u00e9s da altera\u00e7\u00e3o do n\u00edvel de escolaridade exigido para ingresso no cargo de t\u00e9cnico.<\/p>\n
N\u00e3o d\u00e1 para negar a realidade de que os t\u00e9cnicos desenvolvem atividades de n\u00edvel superior. Se todas as a\u00e7\u00f5es em curso de desvio de fun\u00e7\u00e3o forem parar no STF, os ministros ter\u00e3o que se posicionar e, fatalmente, ser\u00e3o levados a se debru\u00e7ar sobre o NS. Portanto, todos de olho nesse julgamento do TRF4.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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