{"id":31583,"date":"2010-11-19T11:36:00","date_gmt":"2010-11-19T11:36:00","guid":{"rendered":"\/?p=31583"},"modified":"2010-11-19T11:36:00","modified_gmt":"2010-11-19T11:36:00","slug":"post31583","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/sindjus.org\/blog\/post31583\/","title":{"rendered":"Taxa de desemprego da popula\u00e7\u00e3o negra do DF cai 24,9% em nove anos"},"content":{"rendered":"
Os negros continuam em desvantagem quando tentam entrar no mercado de trabalho, mas o abismo em rela\u00e7\u00e3o aos n\u00e3o negros diminuiu nos \u00faltimos anos. Em 2000, a taxa de desemprego no Distrito Federal para os negros, por exemplo, estava em 22,5%, enquanto a dos n\u00e3o negros se encontrava em 16,7%. Nove anos depois, o percentual para os afrodescendentes caiu 24,9%, para 16,9%. J\u00e1 entre brancos e amarelos, a taxa caiu 18% entre o in\u00edcio da d\u00e9cada e 2009, quando fechou em 13,7%.<\/p>\n
Os dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) focada nas quest\u00f5es de cor e ra\u00e7a demonstram que a inser\u00e7\u00e3o de negros no mercado de trabalho brasiliense tem ocorrido de forma mais r\u00e1pida no restante da popula\u00e7\u00e3o. O secret\u00e1rio de Trabalho, Takame Nascimento, acredita que os n\u00fameros s\u00e3o motivos de comemora\u00e7\u00e3o no Dia Nacional da Consci\u00eancia Negra, celebrado no pr\u00f3ximo s\u00e1bado, e resultam do maior acesso desta popula\u00e7\u00e3o a oportunidades de qualifica\u00e7\u00e3o. “Eu atribuiria a duas raz\u00f5es: primeiro, ao aumento da qualifica\u00e7\u00e3o profissional e, depois, ao acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o b\u00e1sica”, afirmou. <\/p>\n
A desvantagem da popula\u00e7\u00e3o afrodescendente est\u00e1 na sua representa\u00e7\u00e3o entre os desempregados. Enquanto a maioria da popula\u00e7\u00e3o economicamente ativa (PEA) \u00e9 formada por negros, com 66,3%, eles s\u00e3o 70,8% entre os desempregados. Tal percentual acima da presen\u00e7a na PEA demonstra que os negros sofrem mais com o desemprego. Rosamaria Santos, 34 anos, voltar\u00e1 \u00e0 procura de uma coloca\u00e7\u00e3o profissional em dezembro. Com o t\u00e9rmino do contrato tempor\u00e1rio, ela, que \u00e9 negra, acredita que atualmente est\u00e1 mais f\u00e1cil para um negro encontrar uma vaga de emprego.
\nEm seu caso, Rosamaria contar\u00e1 inicialmente com a indica\u00e7\u00e3o de amigos que j\u00e1 atuam em sua \u00e1rea, de Comunica\u00e7\u00e3o Social. “Comparando com outra pessoa com o mesmo curr\u00edculo que eu, acredito que terei um pouco mais de dificuldade para provar que mere\u00e7o a vaga”, prev\u00ea. <\/p>\n
Benef\u00edcio de a\u00e7\u00f5es p\u00fablicas<\/strong><\/p>\n O levantamento sobre a inser\u00e7\u00e3o de negros no mercado de trabalho retratou ainda o maior aproveitamento por negros das pol\u00edticas p\u00fablicas na hora de encontrar um emprego. Embora 78,1% dos empregados entrevistados n\u00e3o tenham recorrido ao Sistema Nacional de Emprego (Sine) para encontrar o trabalho, o recurso seria relativamente bem utilizado, em especial entre os negros. Do total dos negros empregados, 23,4% foram a um posto, enquanto entre os n\u00e3o negros o percentual foi de 19,7%.<\/p>\n A maior procura de afrodescendentes resultou na efetiva\u00e7\u00e3o de 0,9% dos encaminhados. “Apesar de problemas que o sistema tem de longa data, como quest\u00f5es de integra\u00e7\u00e3o e baixa efetividade, \u00e9 ineg\u00e1vel a import\u00e2ncia dessas pol\u00edticas que atendem prioritariamente \u00e0s classes mais populares do Pa\u00eds e, em consequ\u00eancia, os negros”, diz Tiago Oliveira, economista do Departamento Intersindical de Estat\u00edstica e Estudos Socioecon\u00f4micos (Dieese). <\/p>\n Para o analista judici\u00e1rio Alexandre Rodrigues, 32 anos, as pol\u00edticas p\u00fablicas podem realmente diminuir as dificuldades enfrentadas pelos negros para ocupar uma posi\u00e7\u00e3o no mercado, especialmente aquelas relacionados \u00e0 Educa\u00e7\u00e3o. <\/p>\n QUALIFICA\u00c7\u00c3O<\/strong><\/p>\n Quando come\u00e7ou a se preparar para a carreira jur\u00eddica, ele percebeu que o sucesso estaria condicionado a estudo e forma\u00e7\u00e3o, mas teve que arcar com os custos de todo o processo. “Principalmente no servi\u00e7o p\u00fablico, o acesso \u00e9 dific\u00edlimo. Sem um treinamento espec\u00edfico, \u00e9 complicado concorrer com aqueles que estudaram em cursinhos ou puderam comprar bons livros”, argumenta. <\/p>\n Segundo a pesquisa do Dieese, o concurso p\u00fablico foi porta de entrada para 18,7% dos negros empregados, enquanto, para n\u00e3o negros, \u00e9 meio de acesso em 28%. Mesmo longe do ideal, as pol\u00edticas p\u00fablicas de qualifica\u00e7\u00e3o profissional favorecem mais aos negros que ao restante da popula\u00e7\u00e3o. A constata\u00e7\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel a partir do dado de que 24,7% dos negros inscritos em cursos aproveitaram oportunidades gratuitas, percentual maior que o identificado entre os n\u00e3o negros, que foi de 18,2%. Quando houve necessidade de pagar as aulas com recursos do pr\u00f3prio bolso, a rela\u00e7\u00e3o se inverte. Entre os negros, os custos foi arcado por 58,8% dos estudantes, enquanto entre brancos e amarelos, a parcela atingiu 61,7%.<\/p>\n J\u00e1 as raz\u00f5es para iniciar o curso s\u00e3o semelhantes entre os dois grupos. A maioria pretende obter conhecimento de interesse pessoal, 44,2% entre negros e 36,3% entre n\u00e3o negros. Em seguida, est\u00e1 a chance de crescimento profissional no atual emprego, mencionada por 18,8% dos negros e 22% dos n\u00e3o negros. Entre os que n\u00e3o fizeram cursos, o motivo foi falta de interesse ou necessidade, apontada por 46% dos negros e 48,3% de n\u00e3o negros. A falta de tempo aparece em 23,6 % e 28,2% dos casos, respectivamente.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Os negros continuam em desvantagem quando tentam entrar no mercado de trabalho, mas o abismo em rela\u00e7\u00e3o aos n\u00e3o negros diminuiu nos \u00faltimos anos. 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