{"id":27951,"date":"2016-09-21T15:56:00","date_gmt":"2016-09-21T15:56:00","guid":{"rendered":"\/?p=27951"},"modified":"2019-04-15T15:12:15","modified_gmt":"2019-04-15T18:12:15","slug":"post27951","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/sindjus.org\/blog\/post27951\/","title":{"rendered":"Dia Nacional de Pessoas com Defici\u00eancia: Lutar por inclus\u00e3o e respeito"},"content":{"rendered":"
Em todo o pa\u00eds \u00e9 celebrado nesta quarta-feira (21) o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Defici\u00eancia, data definida pelo Movimento pelos Direitos das Pessoas Deficientes (MDPD) em 1982 durante um encontro nacional que reuniu entidades que atuam no setor. Oficializado na Lei Federal n\u00ba 11.133, de 14 de julho de 2014, o 21 de setembro foi escolhido pela proximidade com a primavera e o Dia da \u00c1rvore, como forma de representar as reivindica\u00e7\u00f5es de cidadania e de participa\u00e7\u00e3o plena com igualdade de condi\u00e7\u00f5es. \u00c9, sobretudo, o momento para divulgar as lutas por inclus\u00e3o social, dando aos diversos setores da sociedade a possibilidade de refletir sobre o tema.<\/p>\n
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE), 14,5% da popula\u00e7\u00e3o do pa\u00eds tem algum tipo de defici\u00eancia \u2014 algo em torno de 25 milh\u00f5es de pessoas. Mesmo garantidos na Constitui\u00e7\u00e3o Federal, os direitos dessas pessoas nem sempre s\u00e3o reconhecidas ou mesmo respeitados pelas institui\u00e7\u00f5es pol\u00edticas, p\u00fablicas e privadas.<\/p>\n
Ao longo das \u00faltimas d\u00e9cadas, os movimentos que atuam por inclus\u00e3o, acessibilidade e respeito v\u00eam pressionando o poder p\u00fablico para que sejam adotadas pol\u00edticas p\u00fablicas voltadas \u00e0s pessoas que possuem algum tipo de defici\u00eancia. As dificuldades ainda s\u00e3o muitas, mas a articula\u00e7\u00e3o das entidades tem conseguindo alguns avan\u00e7os no que se referem \u00e0 legisla\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
De acordo com o Conade (Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Defici\u00eancia), em 2008, o Brasil ratificou a Conven\u00e7\u00e3o da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Defici\u00eancia e em 2009 o seu Protocolo Facultativo, documento que obteve equival\u00eancia constitucional, valorizando a atua\u00e7\u00e3o conjunta entre sociedade civil e governo. Entre os principais pontos previstos na Conven\u00e7\u00e3o, vale destacar o compromisso dos pa\u00edses em assegurar e promover o pleno exerc\u00edcio dos direitos humanos e liberdades fundamentais para todas as pessoas com defici\u00eancia, sem qualquer tipo de discrimina\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
A press\u00e3o das entidades tamb\u00e9m conquistou uma s\u00e9rie de leis e normas que visam proporcionar a inclus\u00e3o e garantir mais direitos para pessoas com defici\u00eancias. Em 1989, foi sancionada a Lei 7.853, criando o Estatuto da Pessoa com Defici\u00eancia (EPD). Tal legisla\u00e7\u00e3o disp\u00f5e sobre a responsabilidade do poder p\u00fablico nas \u00e1reas da educa\u00e7\u00e3o, sa\u00fade, forma\u00e7\u00e3o profissional, trabalho, recursos humanos, acessibilidade aos espa\u00e7os p\u00fablicos e criminaliza\u00e7\u00e3o do preconceito.<\/p>\n
Outra lei que merece destaque, e que \u00e9 resultado da luta dos movimentos sociais, \u00e9 a 8.213\/1991, conhecida como a Lei de Cotas por estabelecer que as empresas que possuem cem ou mais funcion\u00e1rios devem contratar de 2% a 5% de pessoas com defici\u00eancia. Voltada para a acessibilidade, se destaca a Lei 10.098\/2000, que determina que todos os edif\u00edcios p\u00fablicos e privados, o transporte p\u00fablico coletivo e os sistemas de comunica\u00e7\u00e3o e sinaliza\u00e7\u00e3o devem contribuir para a autonomia.<\/p>\n
Em julho de 2015, foi sancionada a Lei Brasileira da Inclus\u00e3o da Pessoa com Defici\u00eancia (Lei 13.146\/2015), ampliando as garantias e os diretos previstos no EPD. O projeto, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), foi aprovado no Senado em 2006 e enviado para an\u00e1lise da C\u00e2mara, sob a relatoria da deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), portadora de defici\u00eancia f\u00edsica. Como sofreu altera\u00e7\u00f5es naquela Casa, foi novamente debatido pelo Senado, quando foi relatado pelo senador Rom\u00e1rio (PSB-RJ), que tem uma filha com S\u00edndrome de Down.<\/p>\n