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20 Mai. 2025

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Jornal de Brasília: Planos de Saúde

Jornal de Brasília: Planos de Saúde

mar 25, 2011

Conveniados devem recorrer ao Judiciário caso se sintam prejudicados

Os usuários de plano de saúde que se sentirem prejudicados por falta de assistência no dia 7 de abril, quando médicos do setor cruzarão os braços em todo o País , poderão entrar com ações judiciais para cobrir eventuais prejuízos, segundo o Ministério Público. As demandas poderão ser impetradas em Juizados Especiais, sem custo financeiro e sem presença de advogado.

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Os atendimentos aos planos e seguros no Dia Mundial da Saúde, portanto, não ocorrerão. Nesta data, a Associação Médica Brasileira (AMB) avisa que os médicos não realizarão consultas e outros procedimentos. Os pacientes previamente agendados serão atendidos em nova data. Todos os casos de urgência e emergência receberão a devida assistência. “Se houver a recusa do atendimento e este paciente tiver complicações, é direito dele recorrer à Justiça”, alerta o diretor do Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo (Ibedec), José Geraldo Tardin.

REEMBOLSO

A Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) tem acompanhado as negociações do Conselho Regional de Medicina (CRM-DF) com as administradoras de planos de saúde. Mas a promotoria intensifica que o consumidor prejudicado com a falta de atendimento pode ir à Justiça. “Por isso, é bom que o usuário possa comprovar que esteve na unidade de atendimento e não usou o serviço, para exigir reembolso de pagamentos efetuados”, avisa Trajano Sousa de Melo, promotor de Justiça. A rede de credenciamento do plano deve ser impressa para valer como prova documental. “Mesmo que o atendimento não seja emergencial, o paciente tem o direito de recorrer”.

Tardin ressalta a importância das consultas marcadas para o dia da paralisação. “Há sintomas em que não é perceptível o grau da emergência”. A Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) diz em nota que o movimento dos médicos é aceitável, desde que não prejudique o atendimento aos beneficiários dos planos de saúde.

O Sindicato dos Médicos do DF (SindMédico) também aderirá à paralisação. “O usuário paga caro pelo plano de saúde, mas, às vezes, falta médico justamente pela categoria não receber conforme o serviço que oferece ”, explica Gutemberg Fialho, presidente do sindicato.

O médico Carlos Fernando da Silva, especialista em ginecologia e obstetrícia, reclama da intermediação das administradoras no pagamento dos conveniados aos planos de saúde. “Ficamos à mercê das seguradoras. Nós atendemos e encaminhamos guias para os convênios para recebermos em até 120 dias após a consulta ou cirurgia. O valor que nos repassam é baixo, o que, muitas vezes pode comprometer a qualidade dos serviços”.

Adesões continuam

A mobilização encabeçada pela Associação Médica Brasileira, Conselho Federal de Medicina e Federação Nacional dos Médicos (Fenam) ganhou a adesão de novas especialidades, como ortopedia, cirurgia vascular, ginecologia e anestesiologia, além de diversas federadas da AMB.

Roberto Gurgel, diretor de Defesa Profissional da AMB, pontuou quais são as principais reivindicações do movimento – reajustes dos honorários médicos, tendo como balizador os valores da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos edição 2010; regularização dos contratos conforme a Resolução ANS 71/2004; e aprovação de projeto de lei que contemple a relação entre médicos e planos de saúde.

A categoria exige, ainda, que os contratos com as operadoras de saúde contenham critérios claros e regulares de reajustes dos honorários. “O dia da paralisação é para conscientizar a sociedade, para que entenda a situação vivida pelos médicos”, diz Gutemberg Fialho. “Nos últimos dez anos, os honorários dos médicos tiveram reajuste somados de 30%. Enquanto a mensalidade dos planos obteve 125% de reajuste”, lembra.

“A estratégia traçada pelas três entidades nacionais, AMB, CFM e Fenam, é algo inicial, pois cada especialidade tem suas especificidades e tem toda a condição de levar o movimento para a ponta”, avalia.

Hoje, em Belo Horizonte (MG), a AMB dará as mesmas orientações aos presidentes das federadas, durante reunião da Diretoria Plena. No dia 5 de abril, na sede da associação, haverá coletiva de imprensa para mais esclarecimentos à população sobre os motivos da mobilização.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) diz que na busca pelo entendimento e equilíbrio entre as partes tem conduzido grupos de trabalho, nos quais atua como facilitadora entre as partes para tratar da remuneração de hospitais e discutir honorários médicos. O Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal apoia o protesto nacional dos médicos.

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